Potencial de uso de cercas vivas em assentamento rural: estudo de caso no assentamento Pitanga, Pernambuco, nordeste Brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2015.v18i1.191Palavras-chave:
Assentamento Rural, Mata Atlântica, Biodiversidade, Etnoecologia, Manejo SustentávelResumo
Partindo da premissa de que o conhecimento camponês e suas práticas de manejo podem resultar em estratégias multidimensionais que constituem a diversidade de manejo agroflorestal, tais como as cercas vivas, avaliou-se a riqueza de espécies empregadas para construção destas pelos agricultores, seu potencial para outros usos e para um aproveitamento sustentável da flora local. Foi selecionado como modelo para o estudo o assentamento Pitanga, estabelecido no entorno do remanescente de Floresta Atlântica - Área de Preservação Permanente, no Litoral Mata Norte-PE. A área da Cia de Tecido Paulista foi desapropriada pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em 1988 com o processo de luta pela reforma agrária e 172 famílias foram assentadas. A pesquisa foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas, incluindo observação direta, check-list e a técnica de turnê-guiada. São utilizadas 31 espécies para cercas vivas, distribuídas em 26 gêneros e 16 famílias, predominando Euphorbiaceae e Fabaceae. O conhecimento sobre cercas vivas é heterogêneo, concentrado em poucos assentados. O uso dessas espécies nas cercas vivas pode servir a múltiplos propósitos utilitários e ecológicos, constituindo um valioso componente de conservação da flora local e do conhecimento agregado de populações rurais assentadas.
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