Expressões da transição agroecológica: uma análise da percepção de agricultores e agricultoras do acampamento Quilombo Campo Grande, no sul de Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2021.v24i2.421Palavras-chave:
MST, Cultura e Ambiente, Comunidade rurais, Transição agroecológica, Reforma agráriaResumo
Os processos de fomento à modernização da agricultura promovidos pela chamada “Revolução Verde” e suas inovações tecnológicas impactaram profundamente os arranjos sociais, políticos e ecológicos das comunidades rurais desenvolvidas às margens das economias de mercado. Os conflitos socioambientais nas áreas da falida usina Ariadnópolis em Campo do Meio-MG são exemplos concretos desses impactos, pois colocam em evidência as complexidades das lutas sociais por reforma agrária e outras políticas públicas voltadas ao desenvolvimento rural sustentável no Brasil. Este artigo tem como objetivo apresentar e discutir as percepções de agricultores e agricultoras do MST em processos graduais e continuados de transição agroecológica presentes no acampamento Quilombo Campo Grande no munícipio de Campo do Meio-MG. De maneira geral, conclui-se que a transição agroecológica é percebida não só como uma possibilidade maior de associação e organização das comunidades rurais em defesa da reforma agrária, mas também enquanto construção coletiva do conhecimento agroecológico em direção a outro modo de desenvolvimento rural sustentável.
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