De bóias-frias e barrageiras à herdeiras da terra: trajetórias e sororidade entre assentadas rurais do interior de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2021.v24i1.478Palavras-chave:
Gênero, Assentadas Rurais, Associações de Agricultoras, Estratégias de Reprodução SocioespaciaisResumo
Neste artigo contextualizamos a história de dois grupos de assentadas em diferentes regiões do Estado de Paulo, quais sejam: A Organização de Mulheres Unidas (OMUS), localizada no Assentamento Gleba XV de Novembro, em Rosana; e a Associação de Mulheres Assentadas do Assentamento Monte Alegre VI (AMA), inserida no Assentamento Monte Alegre, em Araraquara. A partir de procedimentos metodológicos qualitativos, reconstruímos o processo de luta pela terra e da formação de grupos de trabalho criados pelas mulheres rurais. Constatamos que, apesar de várias adversidades, por meio de estratégias socioespaciais individuais e coletivas, estas mulheres têm demonstrado a relevância de seus trabalhos, contribuindo para a permanência de si e de suas famílias na terra, alcançando melhorias para os assentamentos e tensionando as relações de gênero estabelecidas nos espaços rurais, fragilizando assim, as dicotomias entre: trabalho e ajuda, espaço doméstico e espaço público. Isso nos permite compreender que as relações de gênero, bem como as estratégias de reprodução e a situação geográfica são fluidas, estão em permanente devir, pois acompanham o movimento contínuo de transformação empreendido pelas associadas, que encontram nessas atividades, fissuras capazes de subverter hierarquias e opressões.
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