Mulheres Assentadas: da Invisibilidade ao Protagonismo
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2013.v16i1.135Resumo
As mulheres saíram para trabalhar fora assumindo a jornada dupla, ficando para ela a incumbência dos saberes da casa, os afazeres domésticos e de cuidar dos filhos sozinhas. O estudo investiga a divisão sexual do trabalho no interior das famílias, as funções atribuídas às mulheres em seu trabalho na casa, quintais, nos lotes, ressaltando-se que as estatísticas subestimam a participação das mulheres, as tornam invisíveis. O trabalho teve como objetivo acompanhar e
analisar a divisão sexual do trabalho nos assentamentos rurais, dando ênfase aos lugares ocupados por mulheres no autoconsumo, nas atividades de
agroindustrialização familiar, ressaltando a importância da mulher assentada na
segurança alimentar. A metodologia utilizada foi o diário de campo e questionários quali-quantitativos do projeto INCRA/UNIARA. A pesquisa constatou que as mulheres cuidam da reprodução da família e participam das atividades agrícolas de pequeno porte, geralmente associadas ao abastecimento alimentar. Atividades secundárias a elas são do tipo mão-de-obra reserva para atividades que demandam mais trabalho na roça, como nas colheitas e plantios. Desse ponto de vista, as relações de gênero adquirem hierarquias de poder que refletem a estrutura social "convencional", na qual o homem está sempre em posição superior à da mulher, reproduzindo assim uma situação de violência simbólica.
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