Características da produção e perfil socioeconômico dos agricultores participantes da Feira Livre de Ilha Solteira-SP
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2024.v27i2.600Palavras-chave:
Diversidade de produção e comercialização, Circuitos Curtos de Comercialização, Geração de renda, Agricultura familiarResumo
As feiras livres apresentam-se como uma forma de comercialização tradicional e consolidada, constituindo-se em um importante circuito curto de comercialização para os agricultores familiares. O objetivo deste trabalho é analisar a comercialização e identificar aspectos da diversidade de produção e do perfil socioeconômico dos agricultores que comercializam na Feira Livre de Ilha Solteira-SP, que ocorre semanalmente aos domingos. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de um questionário que levantou dados sobre o perfil socioeconômico dos agricultores feirantes, aspectos gerais do estabelecimento, tipo e diversidade da produção, outras formas de comercialização utilizadas e o percentual de renda obtido com a produção e a comercialização na Feira. A análise dos dados obtidos evidenciou que os produtores que participam da referida Feira Livre se caracterizam como agricultores familiares que utilizam, de forma predominante, circuitos curtos de comercialização, por meio de venda direta ao consumidor. A ampla diversidade da produção local (vendem 145 produtos na Feira Livre) possibilita que os consumidores tenham uma alimentação de qualidade, sendo imprescindível que políticas públicas de apoio a estes agricultores sejam aplicadas e fortalecidas para que a população tenha cada vez mais acesso a alimentos saudáveis.
Referências
ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 158 p.
APG, I.V. The linnean society of London. Botanical journal of the linnean society, v. 181, p. 1-20, 2016.
ARAÚJO, A. M.; RIBEIRO, E. M. Feiras, feirantes e abastecimento: uma revisão da bibliografia brasileira sobre comercialização nas feiras livres. Estudos Sociedade e Agricultura, v. 26, n. 3, p. 561-583, 2018.
BRASIL. Lei n. 11.326, de 24 de julho de 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11326.htm. Acesso em: 24 fev. 2022.
CARVALHO, F. F.; GROSSI, S. F. A importância das feiras livres e seus impactos na agricultura familiar. Revista Interface Tecnológica, v. 16, n. 2, p. 226-234, 2019.
CASSOL, A.; SCHNEIDER, S. Produção e consumo de alimentos: novas redes e atores. Lua Nova: revista de cultura e política, p. 143-180, 2015.
CHIZZOTTI, A. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais. 12. Ed. São Paulo: Cortez, 2017. 208 p.
DAROLT, M. R.; LAMINE, C.; BRANDENBURG, A. A diversidade dos circuitos curtos de alimentos ecológicos: ensinamentos do caso brasileiro e francês. Revista Agriculturas, v. 10, n. 2, p. 8-13, 2013.
DEL GROSSI, M. E.; MARQUES, V. P. M. A. Agricultura familiar no censo agropecuário 2006: o marco legal e as opções para sua identificação. Estudos Sociedade e Agricultura, v. 18, n. 1, p. 127-157, 2010.
DEL GROSSI, M. E. A identificação da agricultura familiar no Censo Agropecuário 2017. Revista NECAT-Revista do Núcleo de Estudos de Economia Catarinense, v. 8, n. 16, p. 46-61, 2019.
DORTELMANN, J.; GEBAUER. J.; MAZON, T.; COSTA, T.; PEREZ-CASSARINO, J. Feira Agroecológica da agricultura familiar de Rio Bonito do Iguaçu, Paraná. Cadernos de Agroecologia, v. 8, n. 2, 2013.
FARIA, R. B.; BOTINI, N.; SOARES, F. S.; SOARES, J. A. G.; SILVA, M. L. Recursos genéticos vegetais comercializados na feira do produtor de Tangará da Serra, MT. Biodiversidade, v. 15, n. 3, 2016.
FIGUEIRA, T. A. Fatores relevantes para o sucesso da avicultura de corte na agricultura familiar da Zona da Mata mineira: a percepção do produtor. 2009, 133 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande – MS, 2009.
FLORA DO BRASIL. Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br/. Acesso em: 03 jul. 2022.
FONTANA, A. P. C.; LIMA, R. S. As feiras da agricultura familiar como território de práticas alimentares e sociabilidades: compreendendo a relação feirante – freguês. In: Third Internacional Conference Agriculture and Food in na Urbanizing Society, 17-21 set. 2018, Porto Alegre. Anais eletrônicos... Porto Alegre: 2018.
FROES, D.; SANT’ANA, A. L. As feiras livres de Ilha Solteira (SP): Comercialização, orientação técnica, perfil socioeconômico e tecnológico dos produtores. In: VIII Jornada de estudos em Assentamentos Rurais, jun. 2019, Campinas, Anais… Campinas, 2019.
FURLAN JUNIOR, E.; COSTA, S. M. A. L.; ROSA, M. E.; PINOTTI, C. R.; SILVA, T. R. Aspectos da produção, canais de distribuição e abastecimento na cidade de Ilha Solteira-SP. Revista Cultura Agronômica, v. 21, n. 2, p. 93-108, 2012.
GARCIA, M. F. O segundo sexo do comércio: camponesas e negócio no Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 7, n. 19. Rio de Janeiro: Anpocs, 1992. Disponível em: http://www.anpocs.org.br/ portal/publicacoes/rbcs_00_19/rbcs19_08.htm.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019, 248 p.
GODOY, W. I.; SACCO DOS ANJOS, F. O perfil dos feirantes ecológicos de Pelotas-RS. Cadernos de Agroecologia, v. 2, n. 1, 2007, p. 1461-1465.
GRISA, C.; GAZOLLA, M.; SCHNEIDER, S. A "produção invisível" na agricultura familiar: autoconsumo, segurança alimentar e políticas públicas de desenvolvimento rural. Agroalimentaria, v. 16, n. 31, p. 65-79, 2010.
GUELBER SALES, M. N.; SOLER, M. M.; SEVILLA GUZMÁN, E. Estilos de avicultura: uma estratégia de resistência da condição camponesa. Cadernos de Agroecologia, v.8, p.1-6, 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA - IBGE Área territorial brasileira 2021. Rio de Janeiro: IBGE, 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo Agropecuário. 2017. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/censoagropecuario/censo-agropecuario-2017. Acesso em: 24 fev. 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo agropecuário 2017: resultados definitivos. 2019. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/3096/agro_2017_resultados_defini tivos.pdf. Acesso em: 24 fev. 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais, Estimativas da população residente, 01 jul 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/sp/ilha-solteira.html Acesso em: 24 fev. 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE; ÓRGÃOS ESTADUAIS DE ESTATÍSTICA, SECRETARIAS ESTADUAIS DE GOVERNO E SUPERINTENDÊNCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS – SUFRAMA. PIB per capita, 2019. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/sp/ilha-solteira.html Acesso em: 24 fev. 2022.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Regiões de Influência das Cidades 2018. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/redes-e-fluxos-geograficos/15798-regioes-de-influencia-das-cidades.html?=&t=acesso-ao-produto Acesso em: 24 mai. 2022.
KINUPP, V. F.; LORENZI, H. Plantas alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. Nova Odessa: Instituto Plantarum de Estudos da Flora Ltda., 2014. 745 p.
LIMA, E. D. A feira livre na mediação campo-cidade. 2012, 185 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2012.
LIMA, A. F.; SILVA, E. A. IWATA, B. G. F. Agriculturas e agricultura familiar no Brasil: uma revisão de literatura. Retratos de Assentamentos, v. 22, n. 1, p. 50-68, 2019.
MALUF, R. S. J. Segurança Alimentar e Nutricional. Petrópolis: Vozes, 2007.
MARSDEN, T; BANKS, J; BRISTOW, G. Food supply chain approaches: exploring their role in rural development. Sociologia Ruralis, v. 40, n. 4, p.424-438, 2000.
MARTINS, M. R.; SANT’ANA, A. L.; OLIVEIRA, L. R.; GONZAGA, D. A. SILVA, F. C. Práticas de Adubação Usadas Pelos Produtores Da Horta dos Aposentados E Possibilidades De Torná-las Agroecológicas. Cadernos de Agroecologia, v. 4, n. 1, 2009.
MEDEIROS, M. R. F; SILVA, R. T. O.; LIMA, M. N.; SANTOS, A. B. M. V. Feira Agroecológica: Dificuldades e potencialidades de um circuito curto de comercialização. In: ANDREZA, R. S. Saúde Pública em Tempos Pandêmicos. 1ed.: Editora Omnis Scientia, 2021, v.1, p. 260-269.
NAKAO, D. C. C. Feiras livres municipais como alternativa de comercialização dos agricultores familiares em Jales-SP. 2021, 80 f. Tese – (Doutorado em Agronomia) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Ilha Solteira – SP, 2021.
NAKAO, D. C. C.; SANT'ANA, A. L. Certificação e circuitos curtos, caminhos possíveis para a sustentabilidade da agricultura familiar? O caso dos produtores de orgânicos do Território Noroeste Paulista. Guaju, v. 6, n. 1, p. 86-106, 2020.
PEREIRA, V.; BRITO, T.; PEREIRA, S. A feira-livre como importante mercado para a agricultura familiar em Conceição do Mato Dentro (MG). Revista Ciências Humanas, v. 10, n. 2, 2017.
RAMBO, A. G.; POZZEBOM, L.; VON DENTZ, E. Circuitos curtos de comercialização e novos usos do território: considerações sobre o PNAE e as feiras livres. Revista Grifos, v. 28, n. 46, p. 9-26, 2019.
RETIÈRE, M. I. H. Agricultores inseridos em circuitos curtos de comercialização: modalidades de venda e adaptações dos sistemas agrícolas. 2014, 114 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Universidade de São Paulo, Piracicaba – SP, 2014.
ROVER, J. O.; DAROLT, M. R. Circuitos curtos de comercialização como inovação social que valoriza a agricultura familiar agroecológica. In: ROVER, J. O.; DAROLT, M. R. Circuitos curtos de comercialização, agroecologia e inovação social. Florianópolis: Estúdio Semprelo, 2021, p. 19-43.
SACCO DOS ANJOS, F.; BECKER, C. Agricultura familiar e mercados institucionais: o desenvolvimento como liberdade. Revista Econômica do Nordeste, v. 45, n. 5, p. 107-118, 2014.
SCHNEIDER, S.; CASSOL, A. A agricultura familiar no Brasil. Serie documentos de trabajo, n. 145, 2013
SCHNEIDER, S.; FERRARI, D. L. Cadeias curtas, cooperação e produtos de qualidade na agricultura familiar–o processo de relocalização da produção agroalimentar em Santa Catarina. Organizações Rurais & Agroindustriais, v. 17, n. 1, 2015.
SILVESTRE, A . L. Análise de dados e estatística descritiva. São Paulo: Escolar Editora, 2007
SOMBRA, K. E. S.; SILVA, A. C. C.; LOUREIRO, F. L. C.; BASTOS, D. C. Citricultura desenvolvida na agricultura de base familiar do município de Russas, Ceará. Cultura Agronômica, v.25, n.3, p.303-316, 2016.
SPECHT, S.; BLUME, R.; VON ENDE, M.; SOUZA, M. T. M. É dia de fazer feira na Universidade: análise do perfil do consumidor da Polifeira – UFSM. In: Third Internacional Conference Agriculture and Food in na Urbanizing Society, 17-21 set. 2018, Porto Alegre. Anais eletrônicos... Porto Alegre: 2018.
THOMÉ, C. O uso de canais de distribuição curtos nas relações comerciais de agricultores familiares de Santa Rosa/RS – a feira livre. 2017. 165f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Políticas Públicas) – Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Cerrado Largo, Cerrado Largo – RS, 2017.
VIEGAS, F. S. As feiras de pelotas contribuem com as cadeias curtas de produção? Trabalho de Conclusão de Curso. 2016, 46 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração) – Universidade Federal de Pelotas – UFPEL, Faculdade de Administração e Turismo, Pelotas – RS, 2016.
VIEIRA, B. C. O fazer a feira: a feira noturna da agricultura familiar de Araraquara-SP como espaço de reprodução social e econômica. 2017, 128 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais). Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara. Araraquara - SP, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
• O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
• A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
• É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html