A regularização fundiária dos territórios de Povos e Comunidades Tradicionais do Amazonas
entre as concessões públicas e a propriedade coletiva da terra
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2025.v28i1.628Palavras-chave:
Povos e Comunidades Tradicionais, Regularização Fundiária, Territórios de Uso Comum, AmazonasResumo
Este estudo analisa a regularização fundiária de territórios de Povos e Comunidades Tradicionais (PCT) no Estado do Amazonas, Brasil, tendo como marco temporal a mobilização do Fórum Dialogo Amazonas (FDA) a partir de 2012. Por meio do FDA, organizações da sociedade civil atuaram junto ao Ministério Público Federal para assegurar o reconhecimento e regularização dos territorios por meio dos Contratos de Concessão de Direito Real de Uso (CCDRU). O estudo identifica avanços na implementação do CCDRU, com a concessão de 13,7 milhões de hectares para Associações das comunidades PCT. No entanto, destaca a persistência de impasses legais e administrativos na construção de um regime de propriedade coletiva em conformidade com a jurisprudencia do Sistema Interamericano de Direitos Humanos (SIDH). O modelo amazonense se soma a outras iniciativas para regularização de territorios PCT em Estados como Bahia, Minas Gerais, Maranhão, Pará e Piuaí, onde diferentes soluções juridicas são observadas.
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