A Permanência dos Jovens nos Assentamentos de Reforma Agrária: Um Rosário de Equívocos
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2006.v9i1.33Abstract
O tema das idades da vida é rodeado de equívocos elaborados pelo senso comum, como já o demonstrou entre outros Philippe Ariès (1981). Conceitos como infância, juventude velhice, não são absolutos, já que variam os seus limites historicamente, dependem de avaliações que se modificam nos espaços e culturas e são atravessados por questões relativas a diferentes classes sociais. A adolescência por exemplo, período tão agudamente sentido pelas camadas modernizadas da sociedade do tipo ocidental, não é fenômeno universal, conforme demonstrado há mais de meio século por Karl Mannheim (1978). Mas nem se precisa ir tão longe em termos de Teoria Sociológica. Basta ler a obra magistral de Gilberto Freyre – Casa-Grande e Senzala, para encontrar lá os meninos da classe dominante, passando diretamente da infância para a Idade Adulta com menos de 14 anos, e as meninas se casando e substituindo rapidamente as bonecas pelos bebês, em maturidade biológica e social, prematuras para os padrões de hoje (Freyre, 1933). No Brasil modernizado, tal como no primeiro mundo, a adolescência se prolonga, por necessidades sociais ligadas à sociedade do tipo industrial, hoje conhecida como sociedade do conhecimento, que nada mais é do que o capitalismo em fase de avançado desenvolvimento tecnológico e acelerada acumulação.
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