Trajetórias do Lugar de Viver em Terra de Reforma Agrária
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2011.v14i1.77Resumen
Este trabalho tem por objetivo sistematizar e apresentar alguns dos
resultados da investigação realizada enquanto dissertação de mestrado, que
se propôs a analisar a constituição do lugar da morada de famílias rurais em
contexto de assentamento da Reforma Agrária. O lugar da morada é
apreendido como locus em que se desenvolve a dinâmica familiar, incluindo a
casa e o entorno próximo, com o pátio, o jardim, a horta e o "arvoredo". O
trabalho mostra a trajetória que os colonos assentados percorrem no processo
de constituição do lugar de viver no novo espaço, trajetória que é permeada
pela reconstrução da própria vida em um novo contexto. A constituição do
lugar da morada desenha-se a partir do estabelecimento de laços afetivos
com a nova terra, em que o espaço, percebido como estranho, torna-se, no
curso da vida, o lugar de viver. As construções e seu entorno revelam um
sistema de valores que reflete a organização da existência desses agricultores,
por meio da atualização dos modos de morar, entendidos como textos da
cultura, que falam sobre a família e a moral camponesa. Este estudo foi
desenvolvido por meio de pesquisa qualitativa, de cunho etnográfico, realizada
em 2008, no assentamento São Virgílio, situado no município de Herval, Rio
Grande do Sul.
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