Pensar e Agir Localmente: a Mediação para a Transição Agroecológica, um Caminho Possível para Assentamentos Rurais?
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2011.v14i1.89Resumen
O fenômeno da globalização está diretamente associado à pobreza e à degradação ambiental, especialmente na América Latina. Pensar globalmente
está intimamente associado à internacionalização do capital, e apesar do slogan
Pensar Globalmente Agir Localmente ter se originado no mundo do marketing
empresarial foi na ECO-92, no Rio de Janeiro, que se generalizou na formulação
da Agenda 21 Global, como um instrumento para se construir o desenvolvimento sustentável. Refletir sobre mediação para novas propostas paradigmáticas passa pela abordagem multidisciplinar do desenvolvimento e, portanto, por um pensar local. Tendo os princípios da Agroecologia como marco teórico é possível colocar a diversidade biológica e sócio-cultural no centro do desenvolvimento que se paute como sustentável, sem que isso implique em um isolamento da realidade mundial. Significa ter por base as necessidades sociais e ecológicas, e a potencialidade local dos recursos, ao propor modelos que privilegiem as pessoas que ali se encontram. O pensar globalmente acaba por submeter as decisões dos atores sociais, em especial os agricultores familiares, ao jugo do comércio global, fazendo-os atuar como agentes unicamente econômicos na defesa de interesses externos. Ademais, ao se respeitar a natureza e sua abrangência produtiva localizada, sob a ação social solidária e coletiva nos moldes de um desenvolvimento endógeno, é de se esperar que as interconexões locais contribuam fortemente na resolução dos problemas globais.
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