O Individual e o Coletivo nos Assentamentos: Entre o Ideal e o Real
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2009.v12i1.54Resumo
Este texto refere-se às pesquisas realizadas durante o mestrado (UNESP) e
doutorado (USP) nos assentamentos Bela Vista em Araraquara-SP e Primavera e Tupaciretã no Pontal do Paranapanema. Pretende-se com esta discussão entender os mecanismos de produção dos assentados como forma de permanência na terra e sua opção pelo trabalho individual, que em alguns momentos aparece como estratégia para se integrar ao mercado
da agricultura modernizada. Entende-se que o fato de produzirem individualmente não faz deles "individualistas", mas sim revela estratégias para comercializarem seus produtos e suas dificuldades de produzir coletivamente, seja por causa de experiências fracassadas das cooperativas, seja pela sua herança rural que os leva a almejar a categoria de proprietário
rural. Elementos da economia moral demonstram que esses assentados criam novos laços de sociabilidade e conseqüentemente um mecanismo de permanência na terra.
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