O Trabalho em Grupo e o Trabalho de Campo: Um Pesquisador em Busca da Visão Poliocular
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2004.v7i1.2Abstract
Durante o tempo de existência do Nupedor, momentos diferentes foram registrados pelos pesquisadores como retratos de uma realidade que se transforma rapidamente, tal como é a dinâmica do espaço que observamos em nossa pesquisa. Com tanto tempo de vida e experiências presenciadas, o trabalho do grupo foi enriquecido pela participação de pesquisadores de diversas formações que passaram por ele – sociólogos, pedagogos, economistas, artistas, ecólogos, geógrafos, agrônomos, entre outros – os quais contribuíram muito para alcançar uma compreensão mais próxima da complexa realidade dos assentamentos dada à diversidade de paradigmas científicos. Além disso, facilitaram para que o grupo desenvolvesse novas e alternativas técnicas de coleta de dados. A bagagem que o grupo adquiriu propicia aos pesquisadores de hoje uma visão dialética que transforma seus olhares individuais para uma perspectiva mais abrangente com relação ao tema no momento que participam da pesquisa.
Descobrimos que compreender e explicar um assentamento não é tarefa apenas do campo teórico da pesquisa, porém essa parte deve fornecer um suporte ao pesquisador ir a campo e comprovar empiricamente as situações que permeiam um assentamento. Para tanto, ao longo de tantos anos constantemente em transformação, nosso grupo sempre foi a campo em busca de uma intimidade maior com as famílias assentadas. É lá no cotidiano delas que se pode captar alguns elementos que explicam o sucesso, a inserção, a viabilidade ou não do assentamento (ou pelo menos daquelas famílias que se visita) no lugar onde está e com as pessoas que o habitam. Num longo tempo de pesquisa, de construções e reconstruções, o grupo que tem buscado a investigação em sua multi-dimensionalidade1 desenvolveu técnicas qualitativas para acompanhar os assentamentos.
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