Caracterização dos Estabelecimentos de Assentados no Censo Agropecuário de 2006
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2010.v13i1.65Resumen
O objetivo deste trabalho é descrever a situação dos assentamentos
rurais em 2006, segundo a produtividade, nível educacional dos assentados,
composição da renda e tecnologia agropecuária, entre outros aspectos. Os dados
são apresentados para as cinco regiões geográficas, além do Brasil como um
todo, comparando os dados dos assentamentos com o total dos estabelecimentos agropecuários e com a agricultura familiar. O Censo Agropecuário do IBGE de 2006 divulgou pela primeira vez informações sobre os estabelecimentos agropecuários de produtores Assentados sem Titulação, isto é, estabelecimentos originários de projetos de assentamento de famílias instalados após 1985 (e sem o título definitivo de propriedade), possibilitando a análise dos dados para o conjunto dos assentados do país. Apesar das limitações dos dados censitários devido à definição restrita de estabelecimento de assentado, foi possível confirmar as tendências apontadas pelos diversos estudos de caso disponíveis. A principal conclusão do trabalho é que os assentados não constituem uma "categoria à parte" ou "enclaves" na estrutura produtiva ou apenas "bolsões de pobreza": ao contrário, para a maioria dos indicadores de distribuição fundiária, formas de produção, tecnologia, mercantilização e produtividade os assentados são semelhantes à média geral dos estabelecimentos agropecuários, ressalvada obviamente a diferença de escala e, em particular, são semelhantes aos estabelecimentos familiares e de ocupantes. Os assentamentos, apesar da precariedade das condições em que são instalados e da falta de apoio de políticas específicas de sustentação, parecem estar reproduzindo o padrão médio da agricultura brasileira, com as devidas variações e exceções regionais.
Citas
APESAR DOS NÚMEROS: ministério comemora assentamentos. Jornal do
Brasil, 17/5/2009.<http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/05/17/e17057057.asp>. Acesso em 28 abr. 2010.
BERGAMASCO, S. M. P. P.; NORDER, L. A. C. Assentamentos e
assentados no Estado de São Paulo: dos primeiros debates às atuais
reflexões. Reforma Agrária – revista da Associação Brasileira de Reforma
Agrária, v.33 n.2 ago/dez 2006. p.203-225.
BERGAMASCO, S. M. P. P.; NORDER, L. A. C. A alternativa dos
assentamentos rurais: organização social, trabalho e política. São Paulo:
Terceira Margem, 2003. 191 p.
BUAINAIN, A. M.; SILVEIRA, J. M. Reforma Agrária: mercado versus
desapropriação ou mercado e desapropriação? Com Ciência, SBPC/Labjor 2003. http://www.comciencia.br. Acesso em 26/03/2010.
BUENO, O. C. et al. Mapa de fertilidade dos solos de assentamentos
rurais no estado de São Paulo: contribuição ao estudo de territórios.
Botucatu: FEPAF: UNESP, 2007.
I Censo da Reforma Agrária. Estudos Avançados, São Paulo, v. 11, n. 31, Dez. 1997 . Disponível em <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 23 Dez. 2009.
DAVID, M. B. A. et al. Situação social e demográfica dos beneficiários
da reforma agrária: um atlas. Rio de Janeiro, IPEA, Texto para Discussão n. 548, março de 1998.
GONÇALVES, J. S.; SOUZA, S. A. M. Agricultura continental brasileira:
reflexão sobre a diversidade de uma totalidade complexa. Revista de
Tecnologia e Inovação Agropecuária. APTA. Dez. 2008. p.9-15.
IBGE. Censo Agropecuário 2006. Rio de Janeiro, IBGE, 2009.
INCRA.Tabela Área incorporada ao Programa de Reforma Agrária.
Disponível em http://www.incra.gov.br/portal/
index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=174&Itemid=203.Acesso em 28Abr.2010.
INCRA. Números oficiais da reforma agrária. Disponível em http://
www.incra.gov.br/portal/arquivos/servicos/numeros_reforma_agraria/. Acesso em 23 Dez.2009.
INCRA. Titulação dos Assentamentos. Disponível em
www.incra.gov.br/portal/> Acesso em 26 Dez. 2009.
INCRA/DFC. <http://www.incra.gov.br/portal/arquivos/servicos/
pdf> Acesso em 30/11/2009.
LEITE, S. P.; HEREDIA, B.; MEDEIROS, L. et.al. (coords). Impactos
dos assentamentos: um estudo sobre o meio rural brasileiro. Brasília:
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura: Núcleo de
Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural ; São Paulo : Editora UNESP,
392p.
LEITE, S. P.; ÁVILA, R. V. de. Um futuro para o campo: reforma agrária e desenvolvimento social. Rio de Janeiro : Vieira & Lent, 2007. 176p.
MARQUES, V. P. M. A. Os beneficiários da reforma agrária no Censo
Agropecuário de 2006: aspectos metodológicos. Brasília: Texto para
discussão interna. M.D.A., out. 2010.
MEDEIROS, L. S. Reforma agrária de mercado e movimentos sociais:
aspectos da experiência brasileira. Com Ciência, SBPC/Labjor, 2003. http:// www.comciencia.br. Acesso em 10/04/2010.
MEDEIROS, L. S.; LEITE, S. (orgs.). A formação dos assentamentos
rurais no Brasil – processos sociais e políticas públicas. Porto Alegre/
Rio de Janeiro: Ed. Universidade/UFRGS/CPDA, 1999. 279 p.
MEDEIROS, L. S.; LEITE, S. (orgs.). Assentamentos rurais – Mudança
social e dinâmica regional. Rio de Janeiro: Mauad Ed., 2004. 307 p.
SAUER, S.; SOUZA, M. R. Movimentos sociais na luta pela terra: conflitos
no campo e disputas políticas. In: Ferrante, V.L.B. e Whitaker, D.C.A. (org.).Reforma Agrária e Desenvolvimento – desafios e rumos da política de assentamentos rurais. Brasília: MDA; São Paulo: Uniara, 2008. (p.53-87).
SCHOBER, J. Tecnologia simples é fundamental para assentamentos. Com Ciência, SBPC/Labjor, 2003. http://www.comciencia.br. Acesso em 10/04/ 2010.
SCHRODER, M. Finanças, comunidades e inovações: organizações
financeiras da agricultura familiar – Sistema Cresol. 2005. Tese de
doutoramento – Instituto de Economia - UNICAMP.
Secretaria de Reordenamento Agrário. Programa de Crédito Fundiário.
Disponível em <http://portal.mda.gov.br/portal/sra/programas/credito>.
Acesso em 23 Dez.2009.
WANDERLEY, M. N. B. O mundo rural como um espaço de vida –
reflexões sobre a propriedade da terra, agricultura familiar e ruralidade. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. 328 p.
ZARIAS, A. Programa de acesso à terra não é reforma agrária. Com
Ciência, SBPC/Labjor, 2003. http://www.comciencia.br . Acesso em 10/
/2010.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
• O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
• A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
• É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html