O Campo-Cidade-Campo Representado no Assentamento Dom Tomás Balduíno
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2010.v13i1.73Resumen
A trajetória da modernização agrícola, implantada nas regiões rurais
do Brasil por diferentes formas de expulsão e expropriação dos que tinham a
sua morada e o seu viver, traz a todo momento a identificação de um sujeito
comum. Este apresenta na identidade a marca de quem vivenciou o meio rural,
mas com a ruptura da migração para o urbano, condição imposta na qual os
contextos sociais e culturais tiveram que ser repensados e reestruturados frente
a uma realidade pré-existente com suas regras determinadas. A vivência no
urbano é caracterizada por buscas constantes de trabalho, marcada por
instabilidade e precariedade de um desenvolvimento industrial acelerado que
não supre as necessidades do povo que migra para buscar emprego neste
setor. Com isso, depara-se com a realidade do Assentamento de Reforma
Agrária Dom Tomás Balduíno, caracterizado por "acolher" pessoas que se
encontravam nas ruas da Grande São Paulo, localizado numa região
considerada zona periurbana (Franco da Rocha – SP). O trabalho realizado,
nos anos 2006/2007, por meio de entrevistas individuais nos lotes do
assentamento, teve como intuito verificar as condições e os conhecimentos
referentes ao cultivo da terra, como o assentado se relacionava e trabalhava
com a agricultura, sendo seu meio de subsistência. Assim, a reflexão aqui
apresentada diz respeito ao indivíduo como sujeito assentado, nas suas diversas
identidades em formação, nas fases vividas antes, durante, e após tornar-se
parte de um Assentamento.
Citas
BILLAUD, J. Inventar uma ética profissional: as regras de um jogo
obrigatório. In: LAMARCHE, H. (Coord.). A agricultura familiar –
Volume II. Do mito à realidade. Campinas: Editora da Unicamp, 1998, p.
-205.
GARCIA JR., A. R. O sul: caminho do roçado: estratégias de reprodução
camponesa e transformação social. São Paulo: Marco Zero; Brasília: Editora Universidade de Brasília: MCT-CNPq, 1989. 285 p.
GOLDFARB, Y. Do campo a cidade, da cidade ao campo: o projeto
Comunas da Terra e a questão dos sujeitos da Reforma Agrária. São
Paulo, n.5, 2006, 109-138 p. Disponível em:
www.geografia.fflch.usp.br/revistaagraria/revistas/5/6_Goldfarb_Y.pdf>.
Acesso em: 15 mai. 2009.
JUSTO, M. G. Ex-moradores de rua como camponeses num assentamento
pelo MST. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE GEOGRAFIA
AGRÁRIA, 2., 2005, Presidente Prudente. Anais eletrônicos.., Presidente
Prudente, 2005, 17p. Disponível em: < http://www4.fct.unesp.br/nera/
publicacoes/singa2005/Trabalhos/Artigos/Marcelo%20Gomes%20Justo.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2007.
JUSTO, M. G. Vida nas ruas de São Paulo e alternativas possíveis - um
enfoque sócio-ambiental. INTERFACES. São Paulo, v.3, n.1, jan/abril,
, 27 p.
KOUBI, G. Entre sentimentos e ressentimento: as incertezas de um direito das minorias. In: BRESCIANI, S.; NAXARA, M. (Orgs.). Memórias e (res)sentimento: indagações sobre uma questão sensível. Campinas: Ed. UNICAMP, 2004, p. 535-554.
LUCA, M. M. B. L.; Histórias de identidades num assentamento rural.
Educação Temática Digital. Campinas, v.4, n.1, p. 10-31, dez. 2002.
MARQUES, M. I. M. O conceito de espaço rural em questão. Terra Livre.
São Paulo, v. 2, n. 19, p. 95-112, jul./dez. 2002.
MARTINS, J. S. O sujeito oculto. Rio Grande do Sul: UFRGS, 2003,
p.
MENEZES, M. A. Redes e enredos nas trilhas dos migrantes: um estudo
de famílias de camponeses-migrantes. Rio de Janeiro: Relume Dumará, João Pessoa: EDUFPB, 2002.
MERLINO, T. Reforma Agrária: Comuna da Terra: Trabalho e Dignidade.
Brasil de Fato. São Paulo, n. 201, p.1-2, 2007.
MINAYO, M. C. S. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In: MINAYO, M. C. S. (Org.); Pesquisa social: teoria, método e
criatividade. Petrópolis: Vozes, 9 ed., 1998, p. 9-29.
MOREIRA, R. J.; GAVIRIA, M. R. Territorialidades, ruralidades e
assimetrias de poder na Comunidade de Taquari. Estudos Sociedade e
Agricultura. Rio de Janeiro: CPDA/MAUAD, v. 18, p. 47-72, 2002.
NEVES, D. P. Agricultura familiar: questões metodológicas. Revista da
Associação Brasileira de Reforma Agrária, v. 2-3, n.25, p.21-36, 1995.
NEVES, D. P. Assentamento rural: confluência de formas de inserção social. Estudos Sociedade e Agricultura. Rio de Janeiro: CPDA/MAUAD, n. 13, p. 5-28, out. 1999.
REDE INTERAGENCIAL DE INFORMAÇÕES PARA A SAÚDE; Indicador Socioeconômico – Níveis de escolaridade. Disponível em:
<http://www.ripsa.org.br/fichasIDB/record.php?node=B.2&lang=pt>. Acesso em: 21 mai. 2009.
SILVA, J. G., A modernização dolorosa: estrutura agrária, fronteira agrícola e trabalhadores rurais no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982, 192p.
SILVA, J. G. O novo rural brasileiro. Campinas: IE-UNICAMP, 1999, 153p.
SILVA, M. A. M. Errantes do fim do século. São Paulo: Editora da Unesp,
, 374p.
WANDERLEY, M. N. B. Em busca da modernidade social: uma homenagem a Alexander V. Chayanov. In: FERREIRA, A. D.; BRANDENBURG, A. (Orgs.). Para pensar outra agricultura. Curitiba: Ed. Da UFPR, 2008, 276p.
WANDERLEY, M. N. B. Raízes históricas do campesinato brasileiro. In:
TEDESCO, J. C. (Org.). Agricultura familiar: realidades e perspectivas.
Passo Fundo: EDIUPF, 1999, p. 23-56.
WANDERLEY, M. N. B. A emergência de uma nova ruralidade nas
sociedades modernas avançadas – o "rural" como espaço singular e ator
coletivo. Estudos Sociedade e Agricultura. Rio de Janeiro: CPDA/
MAUAD, n. 15, p. 53-86, out. 2000.
WANDERLEY, M. N. B. Agricultura familiar e campesinato: rupturas e
continuidade. Estudos Sociedade e Agricultura. Rio de Janeiro: CPDA/
MAUAD, n.21, p. 42-61, out. 2003.
WHITAKER, D. C. A.; Sociologia Rural: questões metodológicas
emergentes. Presidente Venceslau, São Paulo: Letras à Margem, 2002. 256 p.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
• O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
• A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
• É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html