O cotidiano das relações de gênero e agricultura familiar

Autores

  • Ana Carolina de Paula
  • Giane Franciele Negri
  • Marize Rauber Engelbrecht UNIOESTE
  • Rosana Mirales UNIOESTE

DOI:

https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2015.v18i1.180

Palavras-chave:

Agricultura, Gênero, Política Social, Território, Trabalho

Resumo

Objetivo do texto é analisar como se organiza o cotidiano das mulheres que moram na Linha Cerro da Lola, município de Toledo-PR, tendo como foco central as suas rotinas de trabalho e as formas de sociabilidade que estabelecem no território de moradia. Os resultados parciais da pesquisa, por meio de entrevistas com dezoito mulheres participantes do Clube de Damas ou Clube do Bolãozinho, indicam que as formas de sociabilidade diluem o segmento social considerado agricultores familiares, uma vez que ali convivem indivíduos e famílias de variadas condições econômicas, sobrepostas às condições de gênero, raça/etnia e gerações. Os resultados indicam que as mulheres entrevistadas têm como ocupação principal, em grande parte de seus horários, as atividades relacionadas ao trabalho que, nas formas assalariadas, apresentam-se com contratos informais (com recebimentos diários, assalariado urbano, por tarefas), combinadas com atividades de serviços domésticos e atividades agrícolas e pecuárias nas chácaras e sítios para aquelas que possuem terras. O trabalho das mulheres é, raras vezes, realizado com a contribuição de familiares, à exceção daqueles coletivos, com finalidades associativas.

Referências

BRASIL. MCTI; CNPq; MDA; SPM/PR. Chamada MCTI/CNPq/SPM-

-PR/MDA nº 32/2012. Texto impresso.

BRASIL. Presidência da República. Secretaria Especial de Políticas para

as Mulheres. II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Brasília:

SEPM, 2008. Disponível em: <http://spm.gov.br/publicacoes-teste/publicacoes/

/livro-ii-pnpm-co.09.2009.pdf >. Acesso em: 04 jun. 2013.

BRASIL. Presidência da República. Secretaria Especial de Políticas para

as Mulheres. III Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. 2013-

Brasília: SEPM, 2013. Disponível em: <http://spm.gov.br/pnpm/publicacoes/

pnpm-2013-2015-em-22ago13.pdf >. Acesso em: 03 jul. 2014.

BRUMER, A; ANJOS, G dos. Gênero e reprodução social na agricultura

familiar. Revista NERA, Presidente Prudente, Ano 11, n.12, p. 6-17, jan./ jun. 2008.

COLODEL, J.A. Cinco séculos de História. In: PERIS, A.F. (Org). Estratégias de Desenvolvimento Regional: Região Oeste do Paraná. 2ª. reimpressão. Cascavel: Edunioeste, 2008, Capítulo 1, p. 29-76.

DELGADO, G. Questão Agrária e Saúde (Material didático). Minicurso promovido pelo CEBES na Unioeste/Cascavel, 12 a 14 jul. 2012. Mimeo.

ELGELBRECHT, M.R.; MIRALES, R. Relações de Gênero e Agricultura

Familiar: Projeto de pesquisa, Estudo na Linha Cerro da Lola – Toledo/

PR UNIOESTE/Toledo, 2012.

ENGELBRECHT, M.R. A produção da viticultura no município de Toledo/

PR: uma experiência em construção da agricultura familiar, 2000-

2012. 231 f. Tese (Doutorado em Serviço Social). Programa de Estudos Pós Graduados em Serviço Social, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012.

ENGELBRECHT, M.R.; FORLIN, V.; MIRALES, R.; OLIVEIRA CÂNDIDO,

I de. Relações de gênero e agricultura familiar: estudo na Linha

Cerro da Lola – Toledo/PR. VII Caderno de Serviço Social: As configurações da exploração do trabalhador no capitalismo contemporâneo, v. VII, p. 192-203, 2014.

GREGORY, V. Os eurobrasileiros e o espaço colonial: migrações no oeste do Paraná (1940-1970). Cascavel: EDUNIOESTE, 2008. 266 p.

HIRATA, H.; KERGOAT, D. A divisão sexual do trabalho revisitada. In:

MARUANI, M.; HIRATA, H. (Orgs). As novas fronteiras da desigualdade:

homens e mulheres no mercado de trabalho. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003. p. 111-123.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE Cidades:

Censo Demográfico 2010. Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=412770>. Acesso em: 23 abr. 2013.

LIMA, M. das G. de L. O debate clássico da questão agrária – Uma contribuição à compreensão do espeço agrário paranaense. In: ENDLICH, A.M.; MENDES, C.M. (Orgs). 10 anos do PGE/UEM: Construindo o saber geográfico. Maringá: EDUEM, 2011. p.115-150.

MIRALES, R. Violência de gênero: dimensões da lesão corporal. Cascavel: Edunioeste, 2013. 172 p.

MINAYO, M.C. de S. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 23ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2004. 80 p.

MÜLLER, G. Complexo Agroindustrial e Modernização da Agricultura.

São Paulo: Editora Hucitec, 1989. 149 p.

NIEDERAUER, O.H. Toledo no Paraná: a história de um latifúndio improdutivo, sua reforma agrária, sua colonização, seu progresso. 2ª. ed. Toledo/ PR: Tolegraf, 2004.

PATEMAN, C. O Contrato Sexual. Trad. Marta Avancini. São Paulo: Paz

e Terra, 1993, Capítulo 1, p.15-37.

PAULILO, M.I.S.O Peso do Trabalho Leve. Ciência Hoje, Rio de Janeiro,

v.5, n.28, p.64-70, 1987.

SAFFIOTI, H.I.B. Genêro, patriarcado, violência. 1ª. ed. São Paulo:

Editora Fundação Perseu Abramo, 2004. 151 p.

SANT’ANA, R.S. Trabalho bruto no canavial: questão agrária e Serviço

Social. São Paulo: Cortez, 2012, Capítulo 1, p. 19-64. SILVA, O. Toledo e sua história. Toledo: Prefeitura Municipal, 1988.

VIA CAMPESINA. As camponesas e os camponeses da Via Campesina

dizem: basta de violência contra as mulheres. Campanha Internacional da Via Campesina: Brasília, julho de 2012.

VIEIRA, E.A. Estado e Miséria Social no Brasil: de Getúlio a Geisel. 4ª.

ed. São Paulo: Cortez, 1995. 240 p.

WACHWICS, Ruy. História do Paraná. 9ª. ed. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2001, Capítulo XIX, p. 229-246.

Downloads

Publicado

2015-01-09

Como Citar

Paula, A. C. de, Negri, G. F., Engelbrecht, M. R., & Mirales, R. (2015). O cotidiano das relações de gênero e agricultura familiar. Retratos De Assentamentos, 18(1), 43-66. https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2015.v18i1.180

Edição

Seção

Artigos Originais

Artigos Semelhantes

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.