A luta pela terra na consolidação do território: a conquista do Assentamento Maria Rosa do Contestado
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2025.v28i2.643Palabras clave:
luta pela terra, maria rosa do contestado, território, reforma agrária popular, extensão popularResumen
A conquista do Assentamento Maria Rosa do Contestado em 2023, marcou uma caminhada de 8 anos de luta sem-terra no município de Castro (PR). A Fazenda Capão do Cipó, área da União usada na época de forma ilegal pelo agronegócio regional, ocupada por famílias sem-terra que construíram um projeto de produção de alimentos agroecológicos. Sem esperar o reconhecimento formal o colocaram em prática no primeiro dia, ou seja, buscaram a consolidação do seu território. Resistiram se organizando em cooperativa, regularizando a certificação da produção e atravessaram tempos em que o contexto nacional se transformou radicalmente contra a luta pela terra, com efeitos agudizados pela pandemia da Covid-19. Nesse período, entre 2020 e 2023, em parceria com o coletivo de extensão popular PLANTEAR (Planejamento Territorial e Assessoria Popular) da UFPR (Universidade Federal do Paraná) evidenciaram a potencialidade da consolidação do território na defesa e viabilidade da Reforma Agrária Popular. Quando o reconhecimento oficial aconteceu a comunidade já tinha um território consolidado, permeado por múltiplas relações da vida. Nesse sentido, esse texto traz o relato dessa experiência com uma proposta introdutória de discussão sobre luta pela terra através da consolidação do território.
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