O trabalho de mulheres assentadas da reforma agrária no contexto de uma agroindústria familiar
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2022.v25i2.514Palavras-chave:
Mulheres rurais. Assentamentos de reforma agrária. Agroindústria familiar rural. Divisão sexual do trabalho. Trabalho coletivoResumo
As atividades realizadas por mulheres no meio rural historicamente foram tratadas como trabalho ligado ao espaço reprodutivo, doméstico e de cuidado, mantendo-se na subalternidade e configurando-se como ajuda e sem direito a renda. O presente artigo, que tem por objetivo analisar dinâmicas de trabalho de mulheres assentadas da Reforma Agrária no ambiente de uma agroindústria familiar e no ambiente familiar, traz o estudo de caso da Agroindústria Mãos na Massa, localizada no Assentamento Sino, em Nova Santa Rita, Rio Grande do Sul. A pesquisa, de caráter qualitativo, gerou dados por meio de entrevistas realizadas entre maio de 2019 e janeiro de 2020. Os resultados permitem considerar que em decorrência da participação e do envolvimento das mulheres no processo de agroindustrialização foi possível construir nova racionalidade em relação ao trabalho das mulheres no campo, evidenciando potencialidades do trabalho coletivo, oportunizando novas relações sociais e apontando mudanças possíveis também em relação a unidade familiar, por meio do reconhecimento, valorização financeira e busca por equidade na divisão sexual do trabalho. Entretanto, embora tenha havido importantes mudanças em relação à divisão sexual do trabalho, seguem presentes dinâmicas patriarcais queimplicam, entre outros aspectos, sobrecarga de trabalho para as mulheres.
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