O diálogo necessário entre extensão rural e Agroecologia

Autores/as

  • Maristela Simões do Carmo UNICAMP
  • Valéria Comitre Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
  • Ricardo Serra Borsatto UFSCar
  • Rodrigo M. Moreira Universidade Estadual da Paraíba
  • Beatriz Stamato Universidade Estadual da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2015.v18i1.190

Palabras clave:

Desenvolvimento Rural Sustentável, Agroecologia, Extensão Agroecológica

Resumen

O artigo parte do pressuposto que o rural detém especificidades com as quais se podem trabalhar outras possibilidades além do superdimensionamento da tecnologia enquanto único embasamento para o desenvolvimento ambiental, social, político e econômico. Não há uma sociedade rural, mas sim sociedades rurais, com suas especificidades produtivas, ligadas às forças da natureza e sócio-culturais. O enfoque está voltado para a caracterização de um novo rural em que se pressupõe a emergência de forças específicas e endógenas que conduza a uma inserção global adaptada às necessidades edafoclimáticas e sócioeconômicas locais. A extensão em ciências agrárias necessita moldar-se e adquirir flexibilidade no processo de construção de projetos de desenvolvimento sustentável. No entanto, o entendimento atual da sustentabilidade expressa possibilidades de reter aspectos voltados apenas à preservação ambiental. Ao se pensar um novo rural com forças endógenas que desempenham papéis fundamentais no avanço tecnológico e na intervenção extensionista, é fundamental uma abordagem agroecológica. Nesta, vários planos interagem e conformam um quadro em que cabe a bio e a sociodiversidade, entre eles aspectos tecnológicos, culturais, políticos, econômicos e sociais. A sustentabilidade, então, implica num rompimento da dependência dos atores sociais na direção de uma participação realmente eficaz, capaz de aprofundar o entendimento da realidade a uma nova articulação entre investigação e extensão. A partir desse delineamento, a extensão agroecológica adquire um caráter de inclusão social e de tecnologias adaptadas, repercutindo nas decisões relativas às políticas públicas em ciências agrárias que ultrapassem as necessidades de produção e reprodução dos setores dominantes.

Citas

ALTIERI, M. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1998. 120 p.

BRAVO, G.; DORADO, G.; CHIA, E. Funcionamiento de la explotación

agraria y análisis de la diversidad en una perspectiva de desarrollo rural. In: BERDEGUÉ, RAMIREZ (Coords.) Investigación con enfoque de sistemas en la agricultura y el desarrollo rural. Santiago, Chile: RIMISP, 1995. 370 p.

CAPORAL, F. R. La extensión agraria del sector público. Ante los

desafíos del desarrollo sostenible: el caso de Rio Grande do Sul, Brasil. 1998. 516 f. Tese (Doutorado em Agroecologia, Campesinato e História). Universidad de Córdoba (ISEC), Córdoba: Espanha, 1998.

CAPORAL, F. R.; COSTABEBER, J. A. Análise Multidimennsional da

Sustentabilidade:uma proposta metodológica a partir da agroecologia. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, Porto Alegre, v.3, n.13, jul/set. 2002.

CARMO, M. S. do. Pensar e Agir Localmente: a mediação para a transição agroecológica, um caminho possível para assentamentos rurais? Revista Retratos de Assentamentos, Araraquara-SP, v.14, p. 305-322, 2011.

CARMO, M. S. do; PINTO, M. S. V.; COMITRE, V. Estratégias Agroecológicas de Intervenção em Assentamentos Humanos: extensão para um rural sustentável, p. 239-270. In: FERRANTE, V.L.B.; WHITAKER, D.C.A. (Orgs.). Reforma Agrária e Desenvolvimento: desafios e rumos da política de assentamentos rurais. Brasília: MDA; São Paulo: Uniara (co-edição), 2008.

CASADO, G.G.; MOLINA, M.G. de ; GUZMÁN, E. S. La agricultura

industrializada en el contexto del neoliberalismo y la globalización económica (Capitulo 1). In: Introducción a la Agroecologia como Desarrollo Rural Sostenible. Madrid: Ediciones Mundi-Prensa, 2000. p. 21- 40.

COSTABEBER, J.A.; MOYANO E.E. Transição Agroecológica e

Ação Social Coletiva (mimeo), s/d.

ESMAN, M. J.; UPHOFF, N. T. Organizations: intermediaries in rural

development. Cornell Univ. Press, 1984.

LEFF, E. Limite y desafíos de la dominación hegemónica. La Geopolítica de la Biodiversidad y el Desarrollo Sustentable: economización del mundo, racionalidad ambiental y reapropiación social de la naturaleza. In: CECEÑA; SADER (Orgs.). Buenos Aires: CLACSO, 2002.

PORTER, M. E.; LINDE, C. van D. Ser Verde também é ser competitivo. Revista Exame, São Paulo, nov./1995. p.72-75.

SEVILHA-GUZMÁN, E. La Agroecologia como Estratégia Metodológica

de Transformación Social (s/d.).

SEVILHA-GUZMÁN, E. de. Bases Sociológicas de la Agroecología. Encontro Internacional sobre Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável. 2001, Botucatu: FCA/UNESP. In: Anais…, Bauru/SP, 2001.

SUNKEL, O.; GLIGO, N. (Eds). Estilos de desarrollo y medio ambiente en la América Latina. Mexico D.F.: Fondo de Cultura Económica, 1980. 109 p.

WANDERLEY, M. N. B. A ruralidade no Brasil moderno: por um pacto

social pelo desenvolvimento rural. In: GIARRACCA, N. (Org.) ¿Una

nueva ruralidad en América Latina? CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. 2001. Disponível em: <http://bibliotecavirtual.clacso.org.ar/ar/libros/rural/wanderley.pdf>. Acesso em 30 de junho de 2005.

Publicado

2015-01-09

Cómo citar

Carmo, M. S. do, Comitre, V., Borsatto, R. S., Moreira, R. M., & Stamato, B. (2015). O diálogo necessário entre extensão rural e Agroecologia. Retratos De Assentamentos, 18(1), 269-290. https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2015.v18i1.190

Número

Sección

Artigos Originais

Artículos más leídos del mismo autor/a

Artículos similares

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.