Expressões coletivas de mulheres assentadas: conquistas e retrocessos da autonomia
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2024.v27i1.608Palavras-chave:
autonomia feminina, agricultura familiar, assentamentos rurais, gêneroResumo
O presente artigo é um recorte da tese "A construção da autonomia das mulheres rurais diante dos dilemas nos assentamentos” que deu continuidade às pesquisas realizadas pela autora e aos projetos do NUPEDOR. Trata-se de uma pesquisa qualitativa nos assentamentos da região de Araraquara-SP, que teve como objetivo principal analisar como se dá a construção da autonomia das mulheres, identificando qual o lugar que a reprodução social ocupa na vida e no trabalho delas nos assentamentos e nas unidades familiares de produção, tendo como obstáculos a estrutura patriarcal e as desigualdades nas relações de gênero. Diante do cenário de desvalorização do trabalho da mulher nas atividades agrícolas tradicionais, as atividades consideradas não agrícolas podem viabilizar uma liberdade financeira, mesmo que parcial, para as mulheres assentadas, especialmente quando participam de organizações femininas, o que pode ser considerado fator de apoio à expressão de autonomia da mulher.
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