O proprietário "bom" e o proprietário "ruim": o fim das relações de morada em memórias de assentados rurais
DOI:
https://doi.org/10.25059/2527-2594/retratosdeassentamentos/2022.v25i1.491Palabras clave:
Memórias. Relações de morada. História Oral.Resumen
O artigo parte das transformações ocorridas nas relações de trabalho rural, no litoral nordestino, para esclarecer o significado das narrativas de camponeses assentados que nos confiaram memórias que evocam momentos importantes de suas trajetórias. Assim, analisamos as enfáticas e contraditórias memorizações sobre a “bondade” de um patrão, dualisticamente comparada com a “maldade” de outro, e através dessas manifestações, pudemos encontrar os reflexos dessas transformações. Ou seja, memórias individuais como vivência e interpretação de um processo histórico complexo que afetou suas vidas, devido ao domínio do senhor de terras que ora apresenta sua “maldade” ora se distancia com estratégias paternalistas. As memórias colhidas nos levam também a tangenciar diferenças entre as memórias masculina e feminina e a rejeição da “racionalidade” da administração burocratizada.
Citas
ANDRADE, M. C. A terra e o homem no Nordeste: contribuição ao estudo da questão agrária no Nordeste. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1986.
AZEVEDO, F. A. As ligas camponesas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
BUENO, F. da S. Minidicionário da Língua Portuguesa. 3 ed., São Paulo: Editora Lisa, 1989.
CAPRA, F. Ponto de mutação, São Paulo: Cultrix, 1982.
CARMO, S. I. S. Discurso, sociedade e história. Araraquara, 1997a. Mimeografado.
CARMO, S. I. S. Sujeito do discurso e sujeito social: uma abordagem interdisciplinar. Araraquara, 1997b. Mimeografado.
CARMO, S. I. S. Discurso, dimensão da história: a análise do discurso numa perspectiva interdisciplinar. Araraquara, 1999. Mimeografado.
FORMAN, S. Camponeses: sua participação no Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 8. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
GAGNEBIN, J. M. Os impedimentos da memória. Estudos Avançados, v. 34, n. 98, p. 201-217, jul.,2020. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/eav/article/view/172148. Acesso em: 26 jul.de 2021.
GARCIA JR., A. R. Libertos e sujeitos: sobre a transição para trabalhadores livres no Nordeste. Revista de Ciências Sociais, v. 3, n 7, p. 5-41. 1988.
MOREIRA E. R. F. Por um pedaço de chão. João Pessoa: Universitária/UFPB, v.1, 1997.
MOREIRA E. R. F.; TARGINO, I. Capítulos de geografia agrária da Paraíba. João Pessoa: Universitária/UFPB, 1997.
NOVAES, R. R. A questão agrária e o papel da igreja na Paraíba. In: PAIVA, V. (org.) Igreja e questão agrária. São Paulo: Loyola, 1985. capítulo 11, p. 209-247.
NÚCLEO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO HISTÓRICA REGIONAL. Ficha de levantamento do conflito de Camucim. João Pessoa, Fundo Comissão Pastoral da Terra (CPT)/Arquivo Eclesiástico da Paraíba, 1992. Mimeografado.
OLIVEIRA, J. B. Pitimbu e seu passado. Rio de Janeiro: Alves Pereira, 1998.
PALMEIRA, M. Casa e trabalho: notas sobre as relações sociais na plantation tradicional. Paris, 1976. Mimeografado. Apresentado como comunicação no Simpósio “Le rapport au travail dans les sociétes américaines”, Congresso dos Americanistas.
PORTELLI, A. Um trabalho de relação: observações sobre a história oral. Revista Trilhas da História. v.7, n. 13, p.182-195, jul-dez, 2017. Disponível em: https://trilhasdahistoria.ufms.br/index.php/RevTH/article/view/5306. Acesso em: 26 jul.de 2021.
PORTELLI, A. Un lavoro di relazione: osservazione sulla storia orale. Ricerche Storiche Salesiane, n. 1, p. 11-24, gen.-giu., 2000.
PORTELLI, A. O massacre de Civitella Val di Chiana (Toscana: 29 de junho de 1944): mito, política, luto e senso comum. In: FERREIRA, M. M.; AMADO, J. (orgs.). Usos e abusos da História Oral. 2 ed., Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1998. capítulo 8, p. 103-130.
PORTELLI, A. La doppia verità della storia orale. I Giorni Cantati, Roma, anno III, n. 13, p. 18-20, 1990.
PORTELLI, A. “La verità del cuore umano”: sui fini attuali della storia orale. Qualestoria, Trieste, anno XV, n. 3, p. 5-12, dic., 1987.
PORTELLI, A. Biografia di una città: storia e racconto, Terni 1830-1985. Torino: Einaudi, 1985.
SCOTT, J. C. I contadini tra sopravvivenza e rivolta. Napoli: Liguori, 1981.
VELÔSO, T. M.G. A representação social do trabalho alugado ou “Com a enxada nas costas e o coração preso”. Dissertação (Mestrado em Serviço Social), Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 1990.
WHITAKER, D. C. A. Araraquara: histórias não reveladas. Presidente Venceslau: Ed. Letras à margem, 2004.
WHITAKER, D. C. A.; FIAMENGUE, E. C. Memória feminina: trabalho, amor e escola. Retratos de Assentamentos, Araraquara, ano II, n. 2, p. 13-28, 1995.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
O(s) autor(es) autoriza(m) a publicação do artigo na revista;
• O(s) autor(es) garante(m) que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s);
• A revista não se responsabiliza pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos, por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es);
• É reservado aos editores o direito de proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação.
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre) em http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html